O detento que está na prisão há mais tempo (interpretado por Nicolas Trevijano) já não sabe por que se encontra ali; o segundo (Rafael Losso) acaba de chegar, preso por tentar cruzar alguma fronteira proibida ou, segundo ele, ajudar outras pessoas a escapar para um lugar de vida mais venturosa. O primeiro, já vencido, descrê das mudanças; o outro não aceita o confinamento e quer fugir. Mesmo que o humor fino de Roveri ainda esteja presente (como quando o prisioneiro veterano relata seu belo e cômico sonho com nhoque), há um significativo distanciamento em relação às peças anteriores nesta nova composição de um dueto. Em vez de referências diretas ao mundo concreto e cotidiano, o autor investe na imprecisão do discurso. A impressão é reforçada pela ausênciade elementos realistas no cenário. De entendimento mais imediato, talvez haja apenas uma história (que não será revelada aqui, para não estragar a surpresa) contada pelo recém-detento, uma metáfora que explica o título do espetáculo.
Ficha Técnica
Autoria Sérgio Roveri
Direção Marco Antonio Rodrigues
Direção (assistente) Bruna Bressani
Cenografia Cássio Brasil
Cenotécnica Zé Valdir
Figurino Cássio Brasil
Iluminação Carlos Gaúcho
Operação de luz André Lemes
Trilha sonora Dagoberto Feliz
Operação de som André Lemes
Preparação corporal Joana Mattei
Elenco/Personagem Nicolas Trevijano e Rafael Losso
Direção de produção Leopoldo De Léo Junior
Produção executiva Eneida de Souza